Onze deputados do Partido Liberal (PL), legenda ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, desobedeceram a orientação da sigla e votaram a favor do primeiro projeto de ajuste fiscal do governo Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão na noite de terça-feira (18/12).
Os parlamentares que se posicionaram de forma divergente não pertencem à ala bolsonarista, mas sim ao grupo considerado mais pragmático e menos ideológico dentro do PL, conhecido como a ala “raiz” da legenda.
O principal fator que motivou a dissidência foi a discussão sobre o SPVAT, novo nome do antigo DPVAT, o seguro obrigatório para veículos. O PL havia negociado com o relator do projeto, Átila Lira (PP-PI), a revogação do seguro, mas o relator recuou na última hora, frustrando a bancada bolsonarista, que defendia sua extinção.
A deputada Bia Kicis (PL-DF), uma das parlamentares dissidentes, criticou o recuo. “A minoria estava disposta a colaborar, e colaborou com a construção do texto, porque sabemos que é importante um ajuste fiscal, ainda que não seja o ideal, com cortes de gastos. Veja o que está acontecendo na Argentina: cortes de gastos, superávit, pouca inflação… Uma maravilha! Mas infelizmente, o acordo foi descumprido. O DPVAT, que seria revogado, sumiu do texto sem aviso”, afirmou.
A votação refletiu as tensões internas dentro do PL e a divisão sobre como o partido deve se posicionar em relação ao governo de Lula e aos projetos de ajuste fiscal.
Edição: jornalista Izolda Ribeiro
