Quem manda?

André Fernandes, depois do “carão” de Michelle Bolsonaro, suspende apoio a Ciro

O principal catalisador para a suspensão foi o descontentamento público de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher

O Partido Liberal (PL) no Ceará, liderado pelo deputado federal André Fernandes, anunciou a “pausa” nas negociações com o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) para uma chapa majoritária nas eleições de 2026. Essa articulação visava formar uma frente ampla de oposição para desbancar o grupo político do PT (Partido dos Trabalhadores), atualmente no comando do estado.
A decisão de suspender as conversas não partiu de André Fernandes, mas sim do Diretório Nacional do PL, após uma reunião de emergência em Brasília. Os principais fatores que levaram à pausa incluem:
O principal catalisador para a suspensão foi o descontentamento público de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher. Ela havia criticado publicamente a aproximação de André Fernandes com Ciro Gomes, preferindo que o partido apoiasse outra candidatura, como a do senador Eduardo Girão (Novo).
A base mais ideológica e fiel ao bolsonarismo no Ceará e em nível nacional demonstrou forte resistência à aliança com Ciro Gomes, devido aos históricos ataques e críticas duras que Ciro dirigiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para essa ala, a coerência ideológica seria mais importante do que a viabilidade eleitoral no Ceará.
Embora André Fernandes tenha afirmado que as conversas iniciais com Ciro tinham o aval de Jair Bolsonaro, a intervenção de Michelle e a necessidade de preservar a unidade e a coerência do grupo bolsonarista levaram a cúpula do partido a “rever” a estratégia. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), atuando como porta-voz do pai, endossou a decisão, classificando o episódio como um “ruído de comunicação” e reafirmando a confiança em Fernandes.

André, que é o principal articulador da direita no Ceará, acatou a decisão do Diretório Nacional e expressou sua lealdade ao comando do partido e a Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro. Ele afirmou que a pausa é um momento para “repensar” a estratégia de alianças no estado, visando encontrar o projeto mais forte para derrotar o PT.
Cenário Político no Ceará
A suspensão da negociação representa um revés temporário para a oposição no Ceará, que via em Ciro Gomes, apesar das diferenças ideológicas, o nome mais forte para enfrentar a máquina do governo estadual petista, liderado pelo governador Elmano de Freitas. A decisão forçará o PL a considerar outras alternativas ou a aguardar um momento político mais oportuno para retomar a discussão com Ciro ou buscar outros parceiros.

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