Desde a década de 1990, na condição de comerciário, bancário, secretário da gestão Luizianne, vereador e mesmo cidadão acompanho os desafios do Centro de Fortaleza. Para nossa tristeza, um espaço marcado pela história, encontra-se em completo estágio de abandono. É fácil perceber essa realidade. Basta alguém visitar o Centro após às 16h, para perceber o deserto que ali reina. Nos finais de semana, se não existisse o lado cultural do Seu Raimundo dos Queijos, o predominante seria apenas a legião de moradores em situação de rua. É difícil assistir e se conformar com tal cenário. Mas, além de desafios, temos também potencialidades: o Centro da cidade é uma das maiores fontes de arrecadação de ICMS do estado e comporta os principais equipamentos culturais da capital, conta com mais de 200 prédios fechados – fundamentais para uma verdadeira reforma habitacional, além de termos um dos maiores shoppings populares ao ar livre do Nordeste. Por tudo isso, faz-se necessário e urgente um movimento SOS Centro, envolvendo comerciários, empresários, artistas, intelectuais e movimentos sociais, além da união do Estado e do Município, visando restaurar e ressignificar essa valiosa região da cidade. É importante que, áquele que deseja se habilitar a ser gestor da capital, apresente ao povo projetos estruturais e democráticos para um centro que pulse comércio, cultura, habitação, segurança, mobilidade e conectividade de forma integrada.
Acrisio Sena
Historiador