A 5ª Conferência Estadual de Meio Ambiente do Ceará foi concluída na tarde de ontem (15) no Eco Resort Hotel, em Caucaia. O evento, que reuniu especialistas, gestores e representantes da sociedade civil, consolidou o debate sobre a emergência climática e a formulação de estratégias sustentáveis para o estado.
Com um processo de mobilização abrangente, que incluiu sete conferências municipais e 20 intermunicipais realizadas entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, além da Conferência de Fortaleza, foram escolhidos 488 delegados e elaboradas 270 propostas. Durante a etapa estadual, os debates se concentraram em cinco eixos temáticos: Mitigação; Adaptação e Preparação para Desastres; Transformação Ecológica; Justiça Climática; e Governança e Educação Ambiental.
Durante o evento, foram lançados três importantes documentos desenvolvidos pelo Programa Cientista-Chefe Meio Ambiente: o Plano de Ações de Contingência para o Derramamento de Óleo; o Plano de Ações de Contingência para Riscos Associados a Ambientes de Falésias; e o Plano de Ações de Contingência para Processos de Erosão Costeira. O Ceará se destaca como o único estado do Brasil a possuir esses planos, reforçando seu compromisso com a segurança ambiental e a prevenção de desastres naturais.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou da abertura dos trabalhos técnicos na sexta-feira (14). Em seu discurso, enfatizou que “já estamos em uma emergência climática” e alertou sobre os impactos do uso de combustíveis fósseis, do desmatamento e da gestão inadequada de resíduos. A ministra destacou a necessidade de integração entre estados, municípios e sociedade para fortalecer as políticas ambientais e impulsionar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. “Precisamos tirar o que não pode, mas estabelecer o que pode”, afirmou Marina Silva.
Outro ponto de destaque foi a participação do Diretor de Combate à Desertificação do MMA, Alexandre Pires, que ressaltou a importância da conferência no contexto do semiárido cearense. “É preciso tirar diretrizes e propostas não apenas para preservar e restaurar a Caatinga, mas também para combater os processos de desertificação e criar estratégias de adaptação às mudanças climáticas”, afirmou Pires.
Entre os delegados eleitos para representar o poder público estadual na Conferência Nacional, destaca-se Roberto Wagner Leite Machado, engenheiro civil e ambiental e gestor de GQSMS da Companhia de Gás do Estado do Ceará. Roberto Wagner tem uma trajetória reconhecida por seus serviços prestados na área socioambiental e das energias renováveis, com foco no biometano produzido a partir dos aterros de resíduos sólidos. No encerramento da conferência, ele apresentou uma moção técnica para que o gás natural seja reconhecido como o combustível da transição energética, destacando seu papel estratégico na redução das emissões de carbono e no fortalecimento de uma matriz energética mais limpa. Durante sua defesa da moção, Roberto Wagner afirmou: “Esta conferência reconhece o gás natural como o combustível da transição energética, devendo ser incorporado às políticas públicas de descarbonização como um vetor para a redução progressiva das emissões.”

Abrindo a solenidade, a vice-governadora Jade Romero representou o governador Elmano de Freitas e reforçou a importância da pauta ambiental. “A pauta mais urgente da sociedade hoje é o meio ambiente. Temos desafios gigantescos na conscientização sobre o tema, mas cada homem e cada mulher presente nesta conferência está dedicando tempo, energia e conhecimento para fazer a diferença”, afirmou.
Ao final da conferência, foram eleitos 50 delegados e elaboradas 20 propostas que serão apresentadas na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, em maio, em Brasília. O evento nacional promoverá um amplo diálogo sobre a emergência climática e permitirá que toda a população brasileira, especialmente aqueles que vivem em condições vulneráveis, possa contribuir com soluções para enfrentar as mudanças climáticas.
Toda a mobilização e os debates da conferência podem ser acompanhados pela Plataforma Brasil Participativo, garantindo transparência e maior engajamento da população no processo de formulação de políticas ambientais.