O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) provocou uma onda de críticas ao defender publicamente a restrição do direito ao voto para cidadãos que recebem benefícios do governo, como o Bolsa Família. Durante entrevista ao podcast 3 Irmãos, o parlamentar, que é um dos expoentes da ala bolsonarista na Câmara, argumentou que pessoas dependentes de assistência estatal não teriam a “capacidade” necessária para decidir o rumo político do país.
Na conversa, Bilynskyj sugeriu que a regra atual, onde todos os votos têm o mesmo peso, não seria “justa”. Segundo o deputado, deveria haver uma distinção entre quem “contribui para a sociedade” e quem depende dela para subsistir.
“Na democracia, todos os votos valem exatamente a mesma coisa. Essa regra não é justa. […] Remover os bandidos e a esquerda exige necessariamente alterar as regras de quem pode votar”, afirmou o parlamentar em trecho da entrevista que viralizou nas redes sociais.
Para o deputado, o recebimento de auxílios financeiros criaria um conflito de interesses que impediria o eleitor de votar de forma isenta, focando apenas na manutenção do benefício em vez do projeto de país.
A fala foi prontamente rebatida por juristas e congressistas da oposição. Especialistas em Direito Constitucional lembram que o Artigo 14 da Constituição de 1988 estabelece o sufrágio universal, garantindo que o valor do voto é igual para todos, sem distinção de renda, classe social ou ocupação.
Parlamentares de partidos como PT e PSOL classificaram a declaração como “aporofóbica” (aversão a pobres) e um ataque direto à democracia. “O voto é a única ferramenta de soberania que o povo tem. Sugerir que a pobreza retira a cidadania é um flerte com o autoritarismo”, afirmou um líder da oposição em nota.
Paulo Bilynskyj é delegado de polícia e foi eleito com uma plataforma focada em segurança pública e pautas armamentistas. Ele já esteve envolvido em outras polêmicas relacionadas a discursos de “limpeza ideológica” e críticas contundentes ao sistema eleitoral brasileiro









