A crítica de Ivo Gomes, político do PDT do Ceará, ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por suposta inação na punição de deputados bolsonaristas como Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Alexandre Ramagem, está inserida no contexto de diversos embates judiciais e políticos envolvendo esses parlamentares. Gomes, em sua postagem nas redes sociais, chama Motta de moleque.
As críticas de Ivo Gomes, e de outros membros da base governista, se concentram na percepção de que Motta estaria sendo excessivamente cauteloso ou demorado em agir nos casos que implicam esses deputados.
O caso de Ramagem é um dos mais delicados e que gerou mais atritos entre a Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Motta foi amplamente criticado (e depois teve a ação revertida pelo STF) por ter dado o aval para a suspensão de uma ação penal contra Ramagem no Supremo Tribunal Federal. Essa suspensão foi aprovada pelo Plenário da Câmara (com 315 votos), sob a alegação de que a matéria deveria ser analisada pelo Legislativo.
Hugo Motta defendeu publicamente a decisão da Câmara, chegando a acionar o STF para “manter a suspensão” do processo e “respeitar o voto dos deputados”.
Para Gomes, essa atitude de Motta foi vista como uma manobra de “blindagem” ou corporativismo em favor de um deputado bolsonarista, em um caso que envolvia acusações graves relacionadas a tramas golpistas.
Em relação , a Zambelli e Eduardo Bolsonaro são, principalmente, pela demora ou falta de encaminhamento rápido das ações disciplinares e mandados de prisão/perda de mandato:
Tanto Carla Zambelli quanto Eduardo Bolsonaro foram alvo de ações no Conselho de Ética e tiveram o salário congelado por decisão judicial. Zambelli, em particular, foi condenada pelo STF com perda de mandato e teve a prisão decretada, e Eduardo se ausentou do país.
O presidente da Câmara, tem reiterado que a Câmara deve seguir o Regimento Interno e as decisões do Conselho de Ética e do Plenário. Ele chegou a recuar em uma declaração sobre Zambelli, afirmando que a perda do mandato dela seria decidida pelo Plenário, e não apenas por ele.
Os ataques de Ivo Gomes a Motta se refere à postura política da presidência da Câmara em dar tratamento diferenciado (e, segundo os críticos, mais protetor) a parlamentares da oposição bolsonarista em casos de evidente quebra de decoro ou condenação judicial.










