A Meta anunciou a substituição da checagem independente de fatos no Facebook e no Instagram por um sistema de “notas da comunidade”, semelhante ao modelo utilizado pelo X (antigo Twitter). A mudança coloca nas mãos dos usuários a tarefa de avaliar a precisão do conteúdo das postagens.
Em vídeo publicado nesta terça-feira (7), Mark Zuckerberg, CEO da Meta, justificou a decisão afirmando que moderadores profissionais são “politicamente tendenciosos” e declarou ser “hora de retornar às raízes da liberdade de expressão”.
A imprensa internacional reagiu à medida. O jornal britânico The Guardian classificou a decisão como uma guinada política, acusando Zuckerberg de buscar apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. “A Meta está mudando para a direita, seguindo os ventos políticos dos EUA”, escreveu o editor de tecnologia Blake Montgomery.
Já o New York Times destacou que a Meta está transferindo a responsabilidade pela moderação de conteúdo para os usuários. “A Meta gostaria de apresentar seu próximo verificador de fatos: você”, ironizou.
Especialistas apontam que a decisão reflete uma tentativa da Meta de estreitar laços com republicanos, evitar regulações sobre as Big Techs e responder ao cenário político americano, marcado pela reeleição de Trump. Críticos temem, no entanto, que a mudança amplifique a desinformação, inaugurando o que o jornalista Chris Stokel-Walker chamou de “uma nova era de mentiras” nas redes sociais.
A decisão marca o fim de uma estratégia adotada após as eleições de 2016 e 2020, quando plataformas investiram em checagem de fatos e moderadores para conter a disseminação de fake news. Agora, especialistas alertam que a Meta pode estar abrindo caminho para um ambiente online mais polarizado e menos confiável.
Edição: jornalista Izolda Ribeiro