Uma nova fissura política se tornou pública dentro do bolsonarismo no Ceará, centrada na estratégia de aliança do deputado federal André Fernandes (PL-CE) com o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) visando as eleições futuras no estado, especialmente contra o PT.
A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, expressou publicamente sua desaprovação à aliança durante o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao governo do Ceará, neste domingo (30/11), em Fortaleza. Ela afirmou ter orgulho da base bolsonarista, mas criticou diretamente o acordo, declarando: “Fazer aliança com o homem (Ciro Gomes) que é contra o maior líder da direita, isso não dá. Vamos nos levantar e trabalhar para eleger o Girão”, fazendo uma clara menção ao senador Eduardo Girão, defendido por Michelle como o nome ideal para a oposição.
A crítica da ex-primeira-dama aponta para a incoerência de se aliar a alguém que é um adversário político notório de Jair Bolsonaro.
Em resposta à crítica, André Fernandes rebateu a ex-primeira-dama e reiterou que a aproximação com Ciro Gomes possui o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Fernandes, a aliança faz parte de uma estratégia mais ampla para unir o campo da oposição no Ceará e derrotar o Partido dos Trabalhadores (PT) nas próximas disputas eleitorais, buscando deixar o “ego de lado” em prol de um objetivo comum.
O desentendimento revela uma divisão no movimento de direita cearense: de um lado, a ala representada por Michelle Bolsonaro defende uma lealdade ideológica estrita e rejeita alianças com figuras históricas de centro-esquerda como Ciro Gomes. De outro lado, André Fernandes, que atua na presidência estadual do PL, adota uma abordagem pragmática, buscando unir forças com Ciro Gomes, um adversário regional do PT, para maximizar as chances de vitória contra o atual governo estadual. Esse movimento de desunião fragiliza uma possível candidatura da oposição, dando vantagem à reeleição do governador Elmano de Freitas (PT).









