O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva na quinta-feira (20 de novembro de 2025) retirando a tarifa de 40% que incidia sobre diversos produtos brasileiros. A medida beneficia diretamente setores importantes do agronegócio nacional, que haviam sido impactados por sobretaxas impostas em meados de 2025.
A decisão tem efeito retroativo a 13 de novembro de 2025, o que significa que importadores que pagaram a taxa nesse período poderão solicitar reembolso.
Produtos Beneficiados
A isenção da tarifa de 40% aplica-se a uma lista específica de produtos agrícolas e processados, incluindo:
grãos e derivados (o Brasil fornece cerca de um terço do café consumido nos EUA).
A carne bovina com e sem osso, carcaças, miúdos e carne processada.
As frutas, como, manga, melão, laranja, mamão, entre outras.
Os produtos do cacau e derivados.
Outros, castanhas (caju, pará, macadâmia), sucos de frutas, vegetais, tapioca e polpas de frutas.
O setor de açúcar do Nordeste relatou não ter sido incluído nesta lista de isenções, mantendo-se as tarifas anteriores para este produto específico.
Em julho de 2025, o governo Trump anunciou uma sobretaxa severa sobre produtos brasileiros, que entrou em vigor em agosto. Inicialmente, as taxas chegavam a 50% para diversos itens, em resposta a questões políticas internas do Brasil e divergências diplomáticas. Posteriormente, houve uma redução para 40%, que agora foi eliminada para os produtos listados acima.
Negociações
A retirada das tarifas ocorre após uma conversa telefônica entre o presidente Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro.
O governo americano citou “progresso inicial” nas negociações comerciais e recomendações de assessores para a remoção das taxas.
O presidente Lula celebrou a medida, afirmando que é resultado do diálogo e do respeito mútuo, destacando a importância de uma relação civilizada entre as duas maiores economias das Américas.
Impacto no Mercado
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a decisão, vendo-a como uma prova da eficácia das negociações comerciais.
Espera-se que milhares de sacas de café brasileiro, que estavam paradas em armazéns alfandegados nos EUA aguardando uma definição, sejam liberadas rapidamente para as torrefadoras americanas.
A medida também visa aliviar a inflação de alimentos nos Estados Unidos, onde os preços do varejo (especialmente do café) haviam subido significativamente devido às tarifas.
